Mulheres Indígenas

Kamanaus  não é só um lugar no mapa é um destino de alma é território de memória viva onde as mulheres do alto rio Negro continuam sendo pilares de sua cultura mesmo longe da Terra

Vidas Cruzadas: Memória e história

Mulheres do Rio que caminham com a memória há um canto suave que ecoa pelas águas do rio Negro entre a névoa das manhãs e o brilho sereno da tarde é a voz das mulheres indígenas que deixaram o alto rio Negro para fincar raízes na Terra de Kamanaus mais que uma mudança de morada foi uma travessia de mundos elas vieram em silêncio descendo o rio  de Canoas trazendo no corpo a força das avós e na memória o saber dos ancestrais.

Cada uma carregava histórias que cabem no  cesto, no remo, no banzeiro no prato de maniçoba na canoa construída  com Esperança. Vieram por necessidade por amor por escolha ou sobrevivência fugindo da escassez do conflito da dor ou buscava simplesmente um novo começo na ilha de Kamanaus.

Abaixo de São Gabriel da Cachoeira encontraram um outro tempo o tempo de plantar te esperar de pescar e de partilhar a Terra cercada de águas em volta em floresta virou espaço de resistência ali essas mulheres reinventaram um modo de viver, mantiveram os rituais os cantos em tukano , os alimentos preparados com paciência o cuidado com os filhos e os roçados transformaram a ilha numa morada de saber ancestral.

Kamanaus  não é só um lugar no mapa é um destino de alma é território de memória viva onde as mulheres do alto rio Negro continuam sendo pilares de sua cultura mesmo longe da Terra de sua origem é ali que elas seguem ensinando as novas gerações.

Deslocamento não é perda é continuidade entre o Rio e o céu na casa de palha e madeira as vozes femininas  rio negrinhas são como raízes amaduras falam de origem saudade intensa  e mesmo quando tudo parece distante essas mulheres mostram que a verdadeira morada é onde o coração semeia o fruto com dignidade e ancestralidade.